QUERO SER QUE NEM O FERRIS BULLER QUANDO CRESCER
Marcelo Dias


Passou hoje na Sessão da Tarde (onde mais poderia ser?) um clássico dos anos 80: "Os garotos perdidos - Lost boys", de 1987, com Kieffer Sutherland. Foi uma sacada interessante, uma nova forma de se contar uma história surrada (sobre vampiros), com uma quadrilha de adolescentes aprendizes de conde Drácula. Se esses filmes já eram bacanas na época, imagine agora, à luz da razão. Vejam bem, o que eram aqueles cabelos enormes que a rapaziada usava? E como eram um bando de revoltados, usavam o uniforme clássico: calça jeans surrada, camiseta branca básica e casaco de couro preto. As mocinhas também deixaram saudades. Não eram peitudas como as Pamelas Anderson, mas sim perinhas, meigas, pele clara, cabelos castanhos ondulados... Sem falar na trilha sonora, daquelas bandas como A-Ha, Duran Duran, Oingo Boingo...

Outro dia, era o delicioso "Curtindo a vida adoidado", com Mathew Broderick na pele do sensacional Ferris Buller. Quem nunca quis ser um Ferris Buller na vida? O cara tem uma namorada gatinha, um amigo que tem uma Ferrari (do pai, é verdade, mas não interessa) e um dia inteiro pra se divertir em Nova York, matando aula. O moleque armou mil e uma para enganar os pais, o diretor e os colegas da escola. Aquela cena em ele simula estar dormindo, roncando, graças ao aparelho de som é fabulosa! E a engenhoca que ele armou com um boneco para os pais acreditarem que estava na cama? Ou a corrida desabalada pelos quintais dos vizinhos para chegar em casa a tempo de manter a farsa, parando até para se apresentar a duas vizinhas boazudas?

Melhor que isso só os filmes do Jerry Lewis. A Rede TV! andou mostrando aos montes no início, mas, de tanto repeti-los, tomaram bordoadas de todas as colunas sobre televisão e parou de transmiti-los. Pena. Mas o filme dos filmes da Sessão da Tarde é dos anos 70: "A fantástica fábrica de chocolante", com Gene Wilder (aquele zoiudo esbugalhado, com voz dublada estridente, de cachinhos e que contracenou com a boazuda Kelly Le Brock em "A dama de vermelho"). Confessa! Quem nunca quis, quando guri, ser escolhido para visitar uma fábrica daquelas? Era simplesmente o máximo das tardes da telinha.

Saudades...