Há esperança
Rio de Janeiro, Tijuca, terça-feira, 9h. Começa a chover e eu sem o guarda-chuva, saindo do curso de espanhol. A cidade está coberta de lama do aguaceiro de ontem. Não bastasse a chuva fina, chata, ainda venta. Procuro abrigo junto a um poste, na esperança de me molhar menos. Nada feito. Tento a pequena árvore ao lado, com algumas folhas. De repente, as folhas poderiam me cobrir. Poderia dar certo. Não deu. Sem esperanças nem ônibus à vista na Doutor Satamini, surge uma mão amiga. Um senhor, ja pelos seus 60 anos, calvo, olhos claros (vou parar por aqui antes que pensem que sou viado). Sem esperar, ele me oferece guarida sob seu guarda-chuva. Eu jamais pensei em fazer o mesmo. Fiquei ali cinco minutos, puxando assunto com o homem, falando da chuva de ontem. Por fim, veio meu ônibus, agradeci a gentileza e segui meu caminho, com a certeza de que ainda resta esperança.