É Natal?
Natal. Época de desejar votos de felicidade, saúde, paz etc. Certo? Errado. É por isso que estamos neste atoleiro. Neguinho só se lembra que tem de bancar o bonzinho nesta época do ano, como se um dia no ano fosse capaz de remediar os outros 364. Um dia não porque ainda tem o réveillon. Dá no mesmo. De gente de boa vontade e boas intenções, o inferno está cheio. Temos de ser assim todo dia, toda hora, sempre.
Nunca liguei muito pro Natal. Só quando criança, louco pra chegar em casa e desembrulhar o time de botão do Flamengo, novos brinquedos do Playmobil, um carrinho novo. Depois, a magia passa. A gente cresce, fica burro-velho e a vida vai nos endurecendo. De 1998 pra cá, o Natal passou a ser a data da morte da minha avó, exatamente hoje, dia 24. Foi o pior dia da minha vida. No ano seguinte, foi a vez do meu avô, no mesmo 24 de dezembro. Ainda me lembro dos dias em que chegava em casa e estava aqui dona Estefânia vendo televisão no nosso quarto, com meus irmãos, e de quando liguei da faculdade pro seu João Pinho dizendo que estava (finalmente) formado.
Aos dois, beijos.