Abrolhos, lá fui eu!
É macacada! Depois de encarar 17 horas enfurnado num busão Rio-Itamaraju, com direito a umas dez paradas ao longo do caminho, um belo engarrafamento de uma hora só pra sair da Rodoviária Novo Rio até a Ponte Rio-Niterói e outras duas de atraso na estrada - sem dizer que quase perdi o ônibus! -, embarquei no Titan com mais 14 cabeças rumo a Abrolhos. Foi quarta-feira passada, depois de um dia de adiamento por causa do mau tempo. Para evitar chamar o Raul no meio do Atlântico e agüentar bem as quatro horas de viagem - são mais de 60km do continente até lá - e os dois dias que passaríamos lá, tratei de comprar o Dramin, um remedinho que deveria evitar enjôo.
Pois bem. Levantamos âncora às 8h a bordo daquele bichão, um misto de lancha com iate de pequeno porte, um mini Lady Laura. Lá pelas 10h surgem elas, as jubarte, lá na puta que pariu! Longe pra dedéu. Mas dava para avistar o jorro d´água. Chegamos perto da bichona, que mergulhava e voltava à tona. Um belo aperitivo. Logo em seguida, a porra do remédio perdeu efeito e corri pro banheiro vomitar meu café-da-manhã. Tentei tomar outro comprimido, mas veio outra golfada e botei os bofes pra fora de novo. Fui me deitar e nem vi quando chegamos.
Pelo menos não era o único mareado. Todo mundo ficou mal, uns mais outros menos. Quem se deu mal foi o Frederick, um oceanógrafo alemão. Bom, pelo ofício, o sujeito deveria tirar isso de letra, mas o lourinho ficou cinza de enjoado e não agüentou a onda. O cara voltou de tarde mesmo, numa lancha que passaria um dia lá e que deve ter voltado saltando mais que cavalo chucro, já que o mar estava agitado. Era natural que ficássemos assim, mas não imaginava que vomitaria quatro vezes no mesmo dia.
Mesmo assim, mergulhei naquele aquário natural. Tá certo que não vi nem um décimo de todos aqueles bichos que o Francisco José mostra no Globo Repórter, mas era um outro mundo, uma experiência única. O brinquedo é caro, já que cada mergulho custa R$ 110, mas vale à pena pelo menos um. E de preferência com máquina subaquática, coisa que eu não tinha. Espero que as fotos das baleias estejam nítidas porque é uma merda firmar o foco com o barco balançando e você preocupado em se agarrar em alguma coisa e bater a foto. Isso tudo ao mesmo tempo em que se quer olhar o bichão com calma, sem mirar pelo buraquinho da máquina.