Pena de morte e redução de maioridade já!
SÃO PAULO (CBN) A polícia de São Paulo já tem as principais evidências para esclarecer os assassinatos do casal de namorados Felipe Caffé, de 19 anos, e Liana Friendenbach, de 16 anos. Para o delegado Antônio Mestre Júnior, o adolescente Champinha, de 16 anos, é o "grande idealizador" do crime. Ele teria abusado sexualmente de Liana reiteradamente, oferecendo-a aos seus comparsas. Paulo César Silva Marques, o Pernambuco, deu o tiro que matou Felipe. O duplo homicídio, segundo o delegado, não teve uma motivação e foi cometidos por 'feras':
- Não houve fatos motivadores, foi a fria maldade, foi a oportunidade de terem avistado dois jovens indefesos em um terreno estranho que eles dominavam e os jovens não. Eles ficaram dessa forma sem qualquer chance de sobrevivência nas mãos dessas feras humanas - declarou o delegado.
Deixa ver se entendi direito. O tal monstrinho além de estuprar a garota várias vezes ainda a ofereceu para os outros quatro comparsas, a esfaqueou 15 vezes, quase a degolou, arrancou o mamilo direito da menina e só ficará três anos detido porque assim manda o Estatuto da Criança e do Adolescente?! Tem que morrer! Tem que ser enrabado até ficar o cu em carne viva e ser empalado por uma vassoura.
Ontem, finalmente, alguém se insurgiu contra isso. O cardeal-arcebispo de Aparecida do Norte, dom Aloísio Lorscheider, defendeu a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
- Os adolescentes sabem o que estão fazendo. O governo ou a própria sociedade podem tomar uma atitude. Está na hora de fortificar a segurança nacional e a segurança dos estados - afirmou o cardeal, para quem as leis estão muito brandas.
- Precisamos ter uma mudança imediata no Estatuto da Criança e do Adolescente para aperfeiçoar uma lei que é boa, mas que, na prática, às vezes, acaba estimulando o crime por causa da impunidade - diz o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Aliás, é preciso que a merda atinja São Paulo para todos o Congresso Nacional se coçar, já que a bancada paulista tem mais de cem deputados, quase o triplo da fluminense, e tem poder para decidir alterações na lei como essa. Indicada duas vezes ao prêmio Nobel da Paz, a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, defende a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e maior rigor na aplicação da lei contra a criminalidade e um plebiscito para decidir o assunto:
- Precisamos debater em todo o território nacional. Os jovens já estão votando e muitas vezes estão conscientes do que estão fazendo. Por outro lado, eles são vítimas da injustiça social, porque não tiveram escola e se criaram criminosos.
Remando contra a maré, o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos é contra:
- Sou radicalmente contra. A solução para diminuir a criminalidade é aumentar a eficácia da polícia, do Judiciário e melhorar as condições do sistema penitenciário.
Nisso, ele está certo. Mas tem que mexer na maioridade sim e implantar pena de morte pra mostrar que existe rigor nesta bagunça. O social é importante, mas para prevenir daqui a 20 ou 30 anos, coisa para uma ou duas gerações. Precisamos de soluções imediatas também.